E se me vestir de abóbora, mamã?

Enquanto morávamos em Tondela, nunca me debrucei muito sobre a questão do Halloween. A escola dos nossos filhos pertencia à Igreja, o meu local de trabalho também e, por isso, só me lembrava deste dia quando chegava ao Centro de Estudo algum aluno mascarado de morto-vivo, bruxa, esqueleto. 
Agora que estamos em Lisboa e os nossos filhos numa escola que não é cristã, fui apanhada pela febre do Halloween. Numa primeira fase os meus filhos ficaram muito entusiasmados, eu desvalorizei um pouco, mas o interesse deles aumentou. Até que a Raquel me disse que achava estranho um colega lhe ter dito que no Halloween se comemorava o dia dos mortos e uma das auxiliares ter concordado. Aí falei de forma mais profunda com ela, expliquei-lhe porque é que nós não festejávamos esta época, que em nada Deus pode sair glorificado. Ela percebeu e quando a voltaram a abordar com a mesma conversa, ela soube defender-se... Como queria muito mascarar-se, perguntou-me se podia vestir-se de abóbora  :) 
Admito que não sabia bem o que fazer, se deixar ou não. Orei sobre isto e não me sentia bem ao deixá-la ir, mesmo que fosse com um fato de abóbora, pois o problema não é o fato, é o que a comemoração do dia em si significa, aquilo que nós, cá em casa, queremos transmitir aos nossos filhos, viver a nossa fé em tudo.
Ontem ela veio indignada para casa, porque só falavam em mortos e ela não se sentiu bem no meio daquela conversa e disse-me que já não estava a gostar desta festa. Depois li artigos como este e este .
Na festa do Halloween lá da escola, esta quinta-feira, ficamos em casa e recebemos uma amiga para passar o dia connosco. A Raquel e o Samuel sabem porque é que não vão participar nesta atividade da escola, ela já percebe bem, ele nem por isso, ainda é pequenino, mas acredito que um dia se sentirá mal com algumas conversas como a irmã se sentiu, oramos para que assim seja.

Comentários

Raquel Úria disse…
Onde trabalho, apesar de oficialmente não haver nada a assinalar a data, os miúdos aparecem na mesma mascarados para as aulas. Nos tempos livres fartam-se de desenhar vampiros, mortos-vivos, bruxas... e, em grande medida, acho que são os canais infantis (e alguns pais) quem mais alimenta isso nesta época. Eu ignoro a data, organizo atividades sobre o outono onde ponho os miúdos a desenhar e colorir folhas de árvores. Se calhar devia falar mesmo com eles acerca do que está errado nesta celebração, vou ver se se proporciona!

Concordo contigo.
Rute Carla disse…
acabou por ser mais fácil do que pensavas resolver a questão...

*
Anónimo disse…
E o carnaval? como encaras?

erva doce
Filipa disse…
Vou encarar exatamente da mesma maneira, erva doce :)
Adriana disse…
De abóbora :)))
Carlix disse…
Apesar dos meus ainda serem muito pequenos já sinto algum nervosismo quanto a isso, porque sei bem, por experiência, o quanto somos influenciados a desejar coisas que não devemos. Lembro-me de ir às festas da escola por achar alguma piada ignorando os alertas sobre o que significava. Assim como o carnaval. Depois de ganhar alguma consciência e maturidade abandonei essas vontades - porque o fazer igual aos outros para me integrar deixou de ser importante e aprendi a respeitar o que sou e quem sou. Fico com alguma "comichão" quando vejo cristãos adultos e conscientes a fazer algum tipo de alusão ao dia. E outros crentes a achar engraçado.
Diana Vasco disse…
Querida Filipa! ;) Uma vez mais, concordo com todas as tuas palavras e revejo-me nelas. Contudo, especialmente no meio cristao, entre amigas com filhas da mesma idade, ainda me fazem sentir uma cristã obcecada. "Temos de deixar os nossos filhos viverem", é esse o argumento. E é precisamente por isso que acolho escolhas com as de não ser igual ao mundo. Porque quero viver e quero que as minhas filhas vivam. Vivam para Cristo! Estes últimos 3anos, anos de decisões e convicções, n tem sido nada mas nada fáceis, mas a Bíblia avisa que assim será, n é verdade?! Beijinhos e muita força e sabedoria do alto, nesta vossa caminhada enquanto educadores aos olhos de Deus.

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